Recipiente (2000)


Produzido por: Swami Jr
Co-produzido por: Zé Guilherme

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A sonoridade que ganhou corpo na voz de Zé Guilherme é dinâmica, leve, envolvente. O trabalho tem como um dos pontos fortes os arranjos bem elaborados por Swami Jr, que também assina a produção musical. As faixas “Recipiente” e “São Solidão” também receberam toques especiais nos belos arranjos de cordas, criados pelo músico Mario Manga. O álbum conta com a participação especial da cantora Virgínia Rosa que interpreta com Zé Guilherme a canção “Zanza” (Carlinhos Brow).

Os compositores escolhidos traduzem a habilidade de Zé Guilherme de estar sempre muito bem acompanhado. Nomes como Maurício Pereira, Carlos Careqa, Chico Salem, Zeca Baleiro, Siba, entre outros, estabelecem a conexão com o que está surgindo na música nacional, sem deixar de lado autores consagrados como Sivuca e Humberto Teixeira, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. O trabalho conta ainda com participações especiais de músicos como Toninho Ferragutti, Mané Silveira, Sizão Machado e a cantora Virgínia Rosa, entre outros. Zé Guilherme é um artista extremamente cuidadoso e seu CD é um reflexo nítido de seu zelo e gosto apurados.

Depoimentos

“Acho o máximo o disco de um cantor se chamar ‘Recipiente’. Ninguém, mais do que um cantor, tem esse caráter de recipiente. Capaz de conter uma canção, andar com ela dentro de si, até numa bela hora ir lá e, com seus humores e sabores, contar ela pro público. Pois o ‘Recipiente’ do recipiente Zé tem sabores e humores aos montes. Tem a voz cearense do Zé com o timbre das madeiras, seu refinamento; a interpretação direta, sem firula, o calor com delicadeza, a fartura com introversão; a mão paulistana do Swami, que brinca com brasilidades radicais pra produzir um disco cosmopolita e contemporâneo; e esse mix de compositores inquietos (irrequietos?), cheios de malícias e toque de bola: gente que (entre tantos outros) tá fazendo o repertório brasileiro da época. E pra quem sempre é uma alegria surgirem novos recipientes onde a gente possa despejar uma pá de canções dentro.”

Maurício Pereira

“Foi gostoso estar neste trabalho e perceber que o artista Zé Guilherme esta trilhando o caminho que, no fundo, sempre desejou”.

Virgínia Rosa

“Zé Guilherme vem construindo sua carreira musical embasado no que há de mais pungente na vida humana: o respeito e a amizade. Sua força vem de um Nordeste sadio cheio de vontade de mostrar ao mundo que miséria não pode ser bandeira de ninguém. O luxo e a beleza com que ele e Swami Jr. vestiram as composições mostra isso claramente. Seja bem-vindo Zé. Que seu canto Recipiente seja clareza e nobreza para todos nós.”

Carlos Careqa

“Este é o nosso Zé.
Zé é nome de nordestino e de brasileiro.
Verdade, Zé é verdadeiro como a sua música.
Tem alma boa mesmo, dessas de cumpadre.
Zé é cantador.
Cantador que é pensador, por isso por detrás das cantigas sempre há outros tons.
É que seu canto mistura muitas palavras, muitos ritmos e por “fim” é entoado com um só sotaque.
O do nosso Zé.
Que seja para muitos.”

Vania Abreu